quinta-feira, 17 de março de 2011

GVR – Grupo Vivencial de Reconexão

Os GVRs são grupos de vivência em eco-espiritualidade. São vivências de reconexão com nossa essência, com a Natureza e com o Universo. Não esquecendo que o Universo é Natureza. Há uma sabedoria em tudo o que existe no Universo, dos insetos, às Galáxias, às árvores, às plantas, aos rios, às águas, às cachoeiras, ao corpo, às pessoas. Esta sabedoria inata é chamada de NIAL. Um conceito proposto pelo professor David Cohen criador dos métodos de Reconexão com a Natureza.

NIAL, é a sigla em inglês, para Natural Intelligence Attraction Love – quer dizer natureza-inteligência-atração-amor. Tudo no universo é NIAL. Tudo é natureza inteligente que tem imbuído nela uma inteligência, uma atração e um amor. A sede é chamada de atração pela água. O corpo é inteligente e se preserva levando-nos a beber água quando temos sede. O corpo tem um amor pela água. Mas hoje já acontece de muitos esquecermo-nos de tomar água. Muitos nunca tomam água. Tomam refrigerante. O mesmo acontece com nosso instinto inato de respirar. Somos atraídos pelo ar. Mas já conseguimos esquecer de e como respirar.

O contrário de NIAL em inglês é DENIAL que significa “negação”. Nossa civilização “excessivamente indoor” (que vive entre quatro paredes) nega-nos o direito a sermos atraídos por NIAL e por isso não observa o imenso amor, a imensa programação amorosa que existe no universo. O professor Cohen, cita como exemplo a inter-relação, o intenso amor que existe entre nossa respiração e a respiração das árvores.


Aprendemos na escola que nós respiramos oxigênio e expiramos gás carbônico. As árvores fazem o contrário. Quer dizer, as árvores respiram o que nós exalamos, rejeitamos. E nós respiramos o dejeto material do processo respiratório das árvores. Nas palavras do professor David Cohen, na verdade nós respiramos as árvores e as árvores por sua vez nos respiram. É uma visão poética que automaticamente nos liga à árvore. Isto é amor, atração, é uma inteligência intrínseca e natural.

Sendo assim, mesmo que estejamos inconscientes, há uma relação NIAL entre nós e as árvores, as pedras, a água, a chuva e tudo o que há na terra. Já que mencionamos a palavra “água”, lembremos também o ciclo da água. A água evapora, vira nuvem e volta a cair. Esquecemos que estamos no ciclo da água. A água evapora. Vira chuva. Chove. Nós a bebemos. Ela nos atravessa, nos mantêm vivos, depois a urinamos, parte dela evapora e volta a nós. Alguém nos tirou do ciclo da água. E parte disso nos levou à presente crise mundial da água.

Um dos problemas da humanidade nos últimos milênios tem sido sua melhor aliada: a fala. Damos nomes às coisas de maneira unilateral. A isto chamamos pedra. Àquilo dizemos árvore. A este objeto dizemos que é verde, ou azul. Esse processo é tão normal que confundimos a palavra que aprendemos com a existência mesma do objeto. O Dr. Cohen fez uma pesquisa com seus estudantes sobre a palavra verde. A pergunta era quando e como a pessoa aprendeu pela primeira vez a palavra verde?

A maioria tinha aprendido a palavra verde na escola, ou em casa pintando com lápis de cor. E não aprendendo verde do verde. Se a uma criança ensinamos que
a cor laranja se chama verde e que o verde se chama laranja ele crescerá vendo
o verde no laranja. O que na realidade faz o verde ser verde? Em exercícios GVRs tentamos deixar o verde dizer-nos o que ele é. Para que isso aconteça, o corpo que é naturalmente inteligente e funciona à base da atração e do amor, deverá utilizar outros métodos ou meios de perceber o mundo além dos cinco sentidos oficiais pelos quais nós nos guiamos no mundo, da separatividade que criamos.


Ora, às vezes encontramos uma árvore e perguntamos: como se chama esta árvore? Um botânico nos diz o nome dela. Nesta experiência vivencial dos GVRs não nos interessa saber o nome que o botânico nos dirá. Isso seria igual a ver o verde no laranja e não o verde no verde. Queremos sentir o nome que a árvore se chama a si mesma pelos seus meios não-vocabulares, não-letrados mas na sua essência.

A natureza em sua língua é iletrada. É analfabeta. Daí veremos (não especificamente com os olhos) que a árvore está viva e é inteligente e nos ajuda, coopera conosco. Mas temos que contatar-nos com ela em sua língua iletrada, com suas palavras formuladas sem fonemas nem morfemas. E este contato, quando conseguimos estabelecer nos preenche de energia, nos ensina, nos fortalece.

E assim podemos sair por aí nos re-conectando, nos religando com todas as coisas, pedra, água, cataratas, a Lua, a Terra, o Sol e como resultado com os nossos companheiros de viagem humanos e finalmente com nós mesmos. Poderemos responder a pergunta: quem sou eu, sem os nomes, os títulos, a roupa, a nacionalidade, a cultura, o idioma que eu uso? Muita gente diria que seria um bicho. Ou, seria um vegetal. Mas isso não seria resposta. Teríamos que fazer ao bicho e ao vegetal a mesma pergunta.




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