quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O Evangelho da Paz e a Inviabilidade do Mundo

Se o Evangélio da Paz, escrito por seguidores essênios de Jesus, o Cristo, não tivesse sido varrido para debaixo do tapete, pela Igreja Católica, fato, mais tarde aceito alegremente pelos protestantes, o mundo tal como o conhecemos hoje, não existiria. Quer dizer, se o cristianismo tivesse seguido os evangelhos hoje considerados, falsos ou não-canônicos, o mundo capitalista cristão que vemos hoje, com sua indústria, sua exportação, seu agrobusiness, seus exércitos, seus restaurantes, churrascarias para não falar de suas guerras teria sido inviabilizado.

Regra número um de Jesus Cristo no Evangelho da Paz: Não matarás. Não um não matarás o teu próximo. É não matarás nada. Nem gente, nem inimigos, nem galinha, porco, leão, peixe, ou rato de laboratório. Matar uma fera, só em legítima defesa. Não-violência, ahimsa, total. Para alimento, segundo este Jesus, Deus nos deixou as frutas, as sementes e grãos e o leite daquelas “animais” que, como nós, também se alimentam de sementes, gramas, grãos e frutas.

A indústria da lenha, do gás de cozinha, fogões, fornos, microondas, tampouco existiriam. Jesus Cristo orientou a seus seguidores a não cozinharem seus alimentos. O fogo que preparava seu alimento tinha que ser um fogo da vida e não um fogo da morte. Um churrasco é um bom exemplo do fogo da morte em ação na forma de cremação de um ser (irmão) criado pelos mesmos Pai e Mãe. Cozinhar com o sol, esta era a regra. Se o sol não cozinhasse, não deveria ser cozido.

O Jesus apresentado pelo balsâmico Evangelho da Paz é um homem integrado de baixo para cima e para os lados. Quer dizer é um Jesus para quem a Terra e o Céu são nossos pais. Um Jesus que se preocupa com sua felicidade nesta vida, no aqui e agora, com a saúde integral e que transita sem problema tanto na vertical (entre espiritual e material, em cima e embaixo) como na horizontal (humanidade, meio-ambiente, o eu e o outro). Uma maneira de vida que elimina a tensão e o medo, as bases da ansiedade e da violência.
Para este Jesus, que tanto o necessitamos hoje, o Pai-Céu e a Mãe-Terra são nossos pais. A terra não é só uma coisa da qual se bombeia riquezas e se arranca recursos. Terra e Céu tem anjos, muitos anjos, devas e fadas dos elementos. Anjos do ar, do sol, da água, que sempre nos atendem e que nos oferece banquetes e uma farta mesa.
Uma das recomendações deste Jesus, perdido para a humanidade, é que seus discípulos se alimentassem somente do que a Mãe-Terra e Pai-Céu lhe desse e servisse em seu banquete. E que em cada região da Mãe-Terra, as pessoas se alimentassem com o que a Mãe-Terra produz naturalmente. Cada país com seu banquete. Não comer produtos que vem de longe. Assim, esse Jesus, inviabiliza a exportação. O irmão chinês comeria o que a Mãe-Terra dá a China. E não como hoje em que se planta para exportar. Se planta por ganância e a Terra é brutalizada para produzir na marra para a exportação.

Hoje chamaríamos a este Jesus de ambientalmente correto. Um Jesus que falou e reconheceu a diversidade, a biodiversidade, a bio-regionalidade. Mas um Jesus também que ensinou a comer. Não comer conversando. E pior, não comer maldizendo os outros. Comer agitado. Comer com raiva. Comer como em uma meditação, ou prece. Comer com arte. E comer pouco. Não misturar comida para que os intestinos não virassem um pântano efervescente. E passasse a ser habitado pelo Satanás – que é como ele via a doença.

Este Jesus mandou dormir cedo – o que é ruim para a indústria cultural de massa, especialmente a televisão ou os bares da vida. O cristianismo aplicado à risca, faliria o mundo. Seria muito ruim para as bolsas de valores. Para a indústria. Comércio. Talvez tenha sido isto o que realmente causou a sua crucificação e morte.

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